segunda-feira, 9 de junho de 2008

O dia mais comprido do Brasil


Sexta-feira, 06 de junho de 2008. A cena do Inferno seria gravada na manhã de sábado. O filme se passava também em outros dois cenários que já estavam prontos. A locação em que eu montaria o Inferno já havia sido liberada pra mim segunda, mas como eu não sei seguir cronogramas, me enrolei com os outros cenários e só pude me dedicar a esse na véspera.

A idéia de Inferno era um porão meio cavernoso com um bar. Daí eu pensei em fazer a textura de caverna com massa corrida e colocar uma meia-parede de madeira em um dos lados pra parecer que o diabo tava lá no inferno meio entediado e resolveu reformar um pedaço pra fazer um bar! (ok, é mais ou menos isso, mas não to a fim de ficar explicando conceito aqui e tal... hauhauha)

Na terça-feira à noite eu tinha conseguido começar a passar massa corrida nas tapadeiras, mas bem pouquinho.
















Sexta-feira eu acordei às 7h, e pensei "bem, fodeu. é agora."
Cheguei na USP às 8h e comecei o trabalho. Sozinha, sem assistentes.

11h:















13h:














(adoro sujar as patas, me sinto tão pedreira-ativa)


14h:















16h:















19h:














21h:














Depois disso virei zumbi e não tirei mais fotos... De madrugada o Nicko e o Gustavo me ajudaram e conseguimos ir embora às 3h30. Dei carona pra eles, cheguei em casa às 5h, dormi por 45 minutos e voltei pra USP porque a gravação ia começar...

8h:














O resultado na câmera ficou ótimo, deu mó certo. Na foto aqui não dá pra ver direito, o que importa é como fica com a lente e o suporte que usamos. A textura, as cores e as linhas mudam um pouco. O mais foda é desenvolver a habilidade de prever isso a olho nu! (que é algo que eu comecei a aprender, junto com a importância de seguir cronogramas...)

Nesse dia, ao mesmo tempo em que construía o Inferno, tive que ir atrás do balcão. Eu tinha feito um projetinho pra ele e achei uma escrivaninha abandonada que podia ser adaptada com uns pedaços de madeira. Acabou que no CTR tinha um balcão, eu só precisei ajustá-lo com uns pedaços de tecido e de madeira, pregar uns bagulhos e pronto. As prateleiras, por sua vez, iam na frente da janela (pra gente poder fazer um efeito de luz nas garrafas), mas o Nicko tentou pregá-las e a janela começou a cair, hauhauha... Ah, reparem na luzinha à esquerda da janela, à direita de quem vê a foto. Não dá pra ver direito aí, mas é uma luminária com uma lampadinha que eu comprei que simula uma chama! Sensacional!

Agora eu to sentindo que eu sou capaz de construir um prédio em dois dias. Muito bom fechar meus vinte anos dessa forma!